O ‘lucky loser’ Richard Gasquet sabe que teve sorte por entrar diretamente na segunda ronda do Estoril Open em ténis, mas agarrou a “nova oportunidade” e jogou “bem” diante de Dominic Thiem para chegar aos ‘quartos’.
“Às vezes, tem-se sorte, eu tive sorte por entrar logo na segunda ronda. Às vezes, é assim, é a primeira vez na minha carreira. Tive sorte mas joguei bem para chegar aos quartos de final”, declarou o veterano francês, após vencer o austríaco por 6-4 e 7-6 (8-6) na segunda ronda.
Gasquet perdeu na última ronda da fase de qualificação, mas acabou ‘repescado’ diretamente para a segunda ronda devido à desistência do espanhol Alejandro Davidovich Fokina, quarto cabeça de série, que tinha ‘bye’.´
“Sem dúvida [que a perspetiva muda ao ser ‘lucky loser’]. É uma nova oportunidade. Não tenho nada a perder e foi assim contra o Dominic. Ele derrotou-me muitas vezes no passado, mas o ténis é assim. Às vezes, pode perder-se e dois dias depois ganha-se. É preciso ter sorte e eu consegui fazer isso”, destacou.
Aos 37 anos, o campeão da primeira edição do Estoril Open disputada no Clube de Ténis do Estoril está a lutar para regressar ao top 100 – é atualmente 122.º -, revelando que o triunfo de hoje foi importante para a sua confiança.
“Vamos ver o que acontece amanhã [na sexta-feira]”, disse o francês, que chegou a ocupar o sétimo posto do ranking ATP.
Gasquet teve ainda palavras de conforto para Thiem, recordando que o campeão do Open dos Estados Unidos de 2020 “teve muitas lesões” e que, “é por isso, que está a sofrer um pouco”.
“É boa pessoa, teve uma carreira incrível e espero que consiga recuperar para voltar ao topo. […] Ele chegou a tantas finais em Grand Slams, é difícil para ele quando se está de fora com uma lesão no pulso. É complicado voltar com confiança. Precisa de mais tempo”, defendeu.
Grande favorito do público português, Thiem ainda demonstrou alguns ‘laivos’ do ténis que o levou a outras três finais de Grand Slams (Roland Garros em 2018 e 2019 e Open da Austrália de 2020) e saiu do court Cascais, para onde o encontro ‘grande’ do quarto dia foi relegado, visivelmente desiludido.
“Acho que tive uma exibição consistente na segunda-feira, e outro bom encontro hoje. Acho que não foi mau, poderia ter caído para qualquer um dos lados, especialmente o segundo set. O pulso está ok, está controlado, mas não está bom, e não está como antes. Eu sei disso e tenho de lidar com isso. Mas foram dois encontros sólidos, um caiu para o meu lado, e o outro infelizmente não, por isso é assim que deixo o Estoril”, analisou.
O austríaco de 30 anos, antigo número três mundial, salientou que Gasquet não lhe deu “muitos pontos de graça”, e falou ainda sobre a decisão da organização de relegar o encontro entre um campeão de Grand Slam e de um antigo campeão do torneio para o secundário e pequeno court Cascais – completamente a ‘abarrotar’ durante o duelo.
“Acho que para os dois era um bocadinho pequeno, mas estava um bom ambiente, o court estava cheio, por isso temos de saber lidar com isso”, concluiu.
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