Tatiana Weston-Webb sabe o que significa vencer no MEO Rip Curl Pro Portugal Presented By Corona Cero, 3.ª etapa do Championship Tour (CT), circuito de elite da Liga Mundial de Surf (WSL).
Para além disso, tem uma relação especial com Portugal e Peniche, única etapa europeia do CT, a decorrer em Supertubos, de 15 a 25 de março.
“Portugal, para mim, é uma casa fora de casa. Sinto-me muito confortável, gosto muito das ondas, da comida, das pessoas”, assume Tati, surfista brasileira de 28 anos, vencedora da etapa de 2022 e 3.ª lugar nas outras três edições que surfou na Capital da Onda (2019, 2023 e 2024).
Chegou a Peniche, acompanhada do marido, “no dia 3 de março”, disse, à margem da conferência de imprensa da 16.ª edição do MEO Rip Curl Pro Portugal, evento que decorreu nas tendas montadas em Supertubos e que contou a presença de Frederico Morais, wildcard (convite) e os atuais líderes do ranking e antigos campeões da etapa portuguesa do CT, o brasileiro Ítalo Ferreira e a norte-americana Caitlin Simmers.
“Tenho muitas memórias lindas aqui. E, realmente, sinto-me em casa aqui”, confessa. “Bom, para mim, poderia até morar aqui. Muito fácil”, sublinha, a sorrir.”Gosto muito das ondas. Gosto muito daqui porque é um lugar que a gente sente que está fazendo uma viagem, sabe, de surf mesmo”, exclama.
Aprofunda. “Esse sentimento, para uma surfista, é muito bom, antes da competição. Porque entras no ritmo das ondas, do mar, das coisas com as pranchas, tudo. E isso é um fator que acho que me ajuda bastante”, reconhece a surfista olímpica, medalha de prata em Paris2024.
“É mais uma viagem de surf, não sentes aquele pressão de…tenho que me achar, tenho que ver a bancada (o mar). Não, porque, as condições em Supertubos especialmente mudam e nunca sabes se vais surfar aqui ou no Molho Leste”, avisa.
“Ninguém sabe até o dia chegar”, exclama.”Não me preocupo muito em só surfar em Super. Gosto de surfar todos os lugares aqui. Belgas, Lagide”, aponta. “Realmente, a gente sente que é uma viagem de surf”, repete a ideia que lhe vai na alma e na cabeça.
Treinada pelo ex-CT, Adriano Souza, considera-o “um exemplo como competidor” e de quem espera “ganhar bastante sabedoria com ele ao meu lado”, revela.
Acrescenta outra revelação. Mais pessoal. Questionada sobre a gravidez de Johanne Defay, surfistas francesa grávida de 16 semanas cuja etapa de Peniche será a última, deixa transparecer um brilho nos olhos.”Vejo-a como uma ídolo. Acho muito legal o que está fazendo, acho que todas as mulheres deveriam ter essa oportunidade de engravidar, de ter a família própria delas. Acho muito especial”, exalta. “Quero fazer isso um dia. Estou vendo como ela está… saving the way (a fazer o caminho). É um exemplo”, enaltece.
Atual 14.ª do ranking WSL, a cumprir a décima temporada no circuito de elite da WSL e com dupla nacionalidade, havaiana e brasileira, soma dois nonos lugares nas etapas que antecederam Peniche, Pipe Pro e Abu Dhabi Pro.
“Normalmente, não começo o ano super bem, para falar verdade. Nunca foi o meu ponto forte para começar em Pipe ou Sunset, nos anos anteriores”, reconhece. “Este ano, foi Abu Dhabi, um evento bem difícil, diferente, mas aqui, em Portugal, sempre me acho. Espero que vai acontecer assim este ano também”, deseja, despedindo-se.