Análise Gil Vicente 0-0 Sporting: Mais um grande galo para um leão sem grandes ideias

Pelo quinto jogo em oito sob as ordens de João Pereira, o Sporting não ganhou. Pela primeira vez esta época os leões não marcaram golos fora (depois de pela primeira vez na época terem ficado em branco em casa na receção ao Santa Clara, na estreia de João Pereira ao leme da equipa para a I Liga). Pela sétima vez em oito jogos com o novo técnico ao leme, o Sporting não chegou em vantagem ao intervalo (só o conseguiu frente ao Amarante, para a Taça).

Estes são apenas alguns dos dados que por esta altura do natal preocuparão, e muito, os sportinguistas, que se deparam com algo impensável até há bem pouco tempo: poderão entrar para o dérbi da próxima jornada, frente ao eterno rival Benfica, atrás das águias na classificação.

Em Barcelos, na noite de domingo, e já ultrapassado à condição pelo FC Porto no topo da tabela, o Sporting passou os primeiros 45 minutos sem criar um único lance de real perigo. Sem grandes ideias no que toca ao ataque, até entrou melhor no segundo tempo, mas só ameaçou verdadeiramente aos 66 minutos. A partir daí até conseguiu criar mais uma ou outra ocasião de golo mas – com um penálti revertido pelo meio, no lance de maior polémica do jogo – acabou mesmo por ficar em branco.

Mais dois pontos a voar perante um Gil Vicente que cumpriu o seu papel e a ampla vantagem no Sporting no topo da tabela classificativa esfumou-se no espaço de um mês. É precisamente esse o tempo que João Pereira leva ao leme dos atuais campeões nacionais.

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O jogo: Escassez de lances de perigo resultou em nulo

Para esta deslocação em Barcelos, João Pereira apostou desta feita em Conrad Harder para a frente de ataque, no lugar que é habitualmente do lesionado Pedro Gonçalves, depois de o jovem dinamarquês ter saltado do banco para marcar frente ao Santa Clara, a meio da semana, para a Taça.

O técnico respondeu assim ao pedido de muitos adeptos, que queriam voltar a ver Gyokeres e Harder juntos de início na frente. Mas a verdade é que ao longo dos primeiros 45 minutos os dois não conseguiram ameaçar verdadeiramente a baliza à guarda de Andrew. Gyokeres cabeceou sem grande perigo por duas vezes e noutra rematou cruzado, ligeiramente ao lado. Harder pouco se viu. Do outro lado, o Gil também só fez um remate à baliza de Franco Israel. E da primeira parte estamos conversados.

A segunda foi (um pouco) mais animada. João Pereira mexeu uma peça ao intervalo, trocando Eduardo Quaresma por Matheus Reis na defesa e o brasileiro trouxe, de facto, outro ímpeto à equipa, vindo de traz para a frente. Mas só aos 66 minutos o Sporting criou real perigo. Cruzamento de um apagado Quenda, cabeçada forte de Harder e grande defesa de Andrew. Estava dado o mote para os verdes e brancos, enfim, começarem a ameaçar o golo.

Catamo (recém-entrado para o lugar de Quenda) testou novamente Andrew e logo a seguir Debast caiu na grande área gilista, Trincão rematou para o fundo das redes, mas antes do remate o árbitro apitou falta sobre o belga e assinalou penálti. Só que, alertado pelo VAR, foi rever as imagens e reverteu a decisão da grande penalidade. Sem penálti (e sem golo), o Sporting voltou a esbarrar, depois, em Andrew, que por duas vezes na mesma jogada travou com defesas apertadas remates de Catamo e Trincão. Foi o mais perto que os verdes e brancos estiveram do golo, e o Gil até ameaçou uma ainda maior surpresa à beira do fim.

O momento: Penálti revertido

Minuto 77: Não há penálti! Debast cai no duelo com Rúben Fernandes na área, a bola sobra para Trincão atirar para dentro da baliza de Andrew, mas André Narciso, árbitro do encontro, já tinha interrompido a jogada para assinalar penálti. O árbitro ouviu o VAR, foi ele mesmo ver as imagens e acabou por reverter a sua decisão inicial. O Sporting ficava a zeros, sem penálti nem golo.

Os melhores: Andrew a responder quando foi preciso no Gil, Gyokeres a tentar no Sporting

Andrew, guarda-redes do Gil Vicente, talvez até não tenha tido tanto trabalho como esperava. Mas, quando foi chamado a intervir, na altura em que o Sporting conseguiu, enfim, criar perigo, respondeu presente com excelentes defesas a remates de Harder, Catamo (duas vezes) e Trincão, transmitindo segurança aos colegas. Do outro lado, Gyokeres ficou em branco, mas foi o único que mostrou sempre capacidade de criar algo para os leões. Teve três remates pouco perigosos no primeiro tempo e no segundo tempo, apesar de sempre muito marcado, lutou e abriu espaço para que os colegas pudessem tentar algo.

As reações

João Pereira diz que falta criar mais oportunidades, Trincão quer responder com vitória no dérbi

Bruno Pinheiro e Mory Gbane satisfeitos com empate e exibição do Gil Vicente

O resumo

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