Um golo e uma assistência de Rodrigo Mora, criativo de 17 anos, e outro golo de André Franco, bastaram para o FC Porto bater esta noite o Moreirense por 3-0 em Moreira de Cónegos, na 15.ª jornada da I Liga de futebol.
O triunfo permite ao FC Porto subir à liderança da prova, embora que provisória, com 37 pontos, mais um que o Sporting e mais dois que o Benfica, equipas que ainda não jogaram nesta ronda. O Moreirense, que tinha ganho a águias e leões em casa, sofre a primeira derrota caseira.
Está vingada a eliminação dos dragões na Taça de Portugal diante dos cónegos.
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O génio de Rodrigo Mora para a vingança
Para atacar a vingança da eliminação da Taça de Portugal, Vitor Bruno ‘armou’ a inteligência dos 1,68 metros do pequeno soldado Rodrigo Mora. Aos 17 anos, o jovem criativo assumia a titularidade pela primeira vez no onze dos azuis e brancos, no lugar de Dany Namaso.
Mais do que vingar a derrota na Taça, era importante vencer para dar sequência ao momento de recuperação dos azuis e brancos. Três pontos no Comendador Joaquim de Almeida Freitas significaria a liderança, embora que provisória, da I Liga, para os dragões.
Perante o bloco baixo e uma defesa muito aguerrida montada por César Peixoto nos cónegos, seria preciso paciência para derrubar a muralha do Moreirense, numa noite gelada no Minho. E foi isso que o FC Porto apresentou nos primeiros momentos, trocando a bola pelos três corredores, a fazer ‘dançar’ a muralha defensiva da equipa minhota.
Foi num dos raros momentos de ataque do Moreirense que o FC Porto marcou, apanhando o adversário descompensado. O lance começa em Nico González que lançou Rodrigo Mora na direita, o criativo de 17 anos tirou Maracás do caminho e centrou para a cabeça de Samu, que desviou para o 1-0. Primeiro remate enquadrado, primeiro golo.
O golo foi a ‘deixa’ para o Moreirense abandonar o ‘acampamento’ perto da sua área e subir linhas, sabendo que podia repetir o que aconteceu na Taça de Portugal, quando começou a perder e deu a volta para seguir em frente. Os cónegos criaram muitos problemas na saída de bola dos portistas, com pressão em todo o campo. Gabrielzinho era quem dava mais dores de cabeça, principalmente a Galeno, na esquerda da defesa portista. No entanto, equipa não conseguia incomodar Diogo Costa.
Além do golo, o momento ofensivo do FC Porto no primeiro resumia-se ainda a um cabeceamento falhado de Samu, a centro de Fábio Vieira, num lance onde Dinis Pinto teve papel importante ao importunar o espanhol, e a um pedido de penálti em lance entre Pepê e Marcelo na área dos Cónegos.
Moreirense mais atrevido, Rodrigo Mora resolve
O Moreirense cheirava a intranquilidade dos dragões e, com isso, cresceu na busca do empate, no segundo tempo, que começou com muito atraso, já que os Dragões pareciam não ter vontade de voltar dos balneários.
Schettine ameaçou num livre direto aos 52, num lance em que Nehuén Pérez ‘arrancou um adversário pela raiz’. Aos 62 é Diogo Costa a sair dos postes para mergulhar nos pés de Gabrielzinho que se preparava para ficar isolado. E aos 66, é Alanzinho a tentar o golo, mas o seu remate, na área, saiu ao lado.
Era preciso algum genialidade para resgatar a equipa portista para o jogo que, apesar de controlar, continuava sem conseguir criar lances de verdadeiro perigo.
Essa genialidade saiu dos pés do menino Rodrigo Mora, que procurou a sorte e a sorte foi ter com ele. Em lance de ataque rápido, tal como no 1-0, o jovem criativo portista conduziu com mestria, tentou o passe para a direita, a bola foi cortada e sobrou novamente para si, tentou rematar, mas ficou nas pernas de um adversário. O novo ressalto voltou a ficar para Rodrigo Mora que disparou colocado, de pé direito, fazendo o 2-0, aos 67 minutos.
Já com Iván Jaime no posto de Pepê (perdeu boa oportunidade aos 62) e Alan Varela no lugar de Nico González, o FC Porto tentou ‘matar’ o jogo com um terceiro golo. Esse momento esteve nos pés de Samu, aos 71, numa altura em que havia mais espaço para atacar, mas o remate do espanhol saiu ligeiramente ao lado.
Aos 75 é o próprio Iván Jaime a ficar perto do golo, mas o remate do extremo/médio foi cortado em cima da linha por Marcelo.
Por essa altura já César Peixoto tinha arriscado mais no ataque, com as entradas de Ofori e Madson nos lugares de Gabrielzinho e Ruben Ramos. Asué, Pedro Santos e Fabiano foram as últimas apostas do técnico dos cónegos, para os derradeiros minutos.
Gonçalo Borges e André Franco nos postos dos já esgotados Rodrigo Mora e Fábio Vieira foram as derradeiras mexidas de Vítor Bruno para segurar o resultado em Moreira de Cónegos.
Aos 88 minutos, André Franco puxou do pé esquerdo e disparou colocado, de fora da área, fazendo o terceiro golo dos Dragões, colocando assim um ponto final na discussão do resultado.
A vitória permite ao FC Porto chegar à liderança provisória da I Liga, com 37 pontos, mais um que o Sporting e mais dois que o Benfica, equipas que têm um jogo a menos.
Já o Moreirense, que tinha vencido Benfica e Sporting em casa, sofre a primeira derrota caseira na I Liga esta época. Foram sete meses sem perder em casa. A última derrota caseira tinha sido no início de maio.
A equipa de César Peixoto mantém-se no 8.º posto, com 20 pontos.