O selecionador nacional apresentou a lista de 26 convocados para o Europeu 2024 e o respetivo estágio de preparação. Francisco Conceição, Nélson Semedo e Pedro Neto foram as grandes surpresas, enquanto as ausências de maior destaque foram as de Raphael Guerreiro e Ricardo Horta.
Portugal estreia-se no Euro 2024 no dia 18 de junho, frente à Chéquia, jogando depois com Turquia (22) e Geórgia (26). Antes, haverá um estágio de preparação, onde a Seleção Nacional vai defrontar Finlândia (4 de junho), Croácia (8) e Irlanda (11).
Confira todas as declarações de Roberto Martínez na conferência de imprensa em que anunciou os convocados para o Euro 2024.
Os ausentes da lista: “Na nossa forma de trabalhar não foi possível um jogador entrar na lista do Europeu se não fez parte dos últimos seis estágios. Temos muitos jogadores, fizemos um apuramento impecável e tivemos de tomar decisões difíceis para ter um plantel equilibrado. Trincão e Pote tiveram uma época excecional, mas tiveram azar porque se lesionaram no estágio de março, que era importante para eles”.
Lesionados: “É importante ter uma decisão médica e os jogadores convocados estão aptos. Só o Raphael Guerreiro não está apto, embora tenha sido muito importante para nós. Pedro Neto jogou no último jogo da época, Diogo Jota também está apto, assim como Pepe que vai estar pronto no início de junho. Não há risco, embora possam acontecer acidentes no futebol. Temos uma boa mistura, entre experiência e miúdos com pernas frescas, mas no geral, temos 26 boas opções”.
Mescla de experiência e juventude: “Temos um balneário muito interessante porque temos jogadores de gerações diferentes. pepe e Ronaldo são diferentes das gerações de Bernardo Silva, Ruben Dias ou João Neves. O papel do Pepe é importante no balneário, até pela sua exigência quando representa a Seleção Nacional. Foi interessante ver o Pepe a jogar dois jogos em março e a manter a baliza inviolada. A sua comunicação e posicionamento fazem dele um jogador muito importante quando está apto. Quanto a Ronaldo é falar de números: quem faz 42 golos, em 41 jogos pelo seu clube mostra uma continuidade, uma capacidade física e uma qualidade em frente à baliza que gostamos e precisamos”.
Quem custou mais deixar de fora: “Não gosto de individualizar, mas preciso de falar de um jogador que foi muito difícil deixar fora. Ricardo Horta é um exemplo e técnica e taticamente é um sonho para um treinador, mas há outros especialistas em posições que precisamos para o que queremos fazer na fase de grupos. Ele fez tudo para estar na lista, mas foi impossível e foi o único que liguei a explicar a ausência”.
Estágio de preparação: “O período de preparação é muito bom porque é importante ter três jogos amigáveis com os nossos adeptos para melhorar a parte psicológica do grupo e conseguirmos trabalhar nas nossas instalações. O apuramento deu-nos três jogos e o objetivo é crescer diariamente, num período de 25 dias”.
Trabalho de Roberto Martínez: “O selecionador está aqui para relançar o trabalho dos jogadores e dar tudo para termos vantagens táticas no relvado. Como equipa técnica queremos dar-lhes tudo para chegarem ao nível máximo. Quando me reformar podemos falar e olhar para trás, mas agora não quero falar de mim, mas sim do que os jogadores podem fazer”.
Escolha de cinco centrais: “É importante ter uma flexibilidade tática e temos 5 centrais porque precisamos disso para poder ter várias opções. Mostrámos que a equipa pode ter flexibilidade tática. O jogo com a Finlândia será bom para experimentar isso, assim como a Geórgia. O primeiro dia de treino oficial é dia 3 e gostava que todos os adeptos começassem já a trabalhar com a Seleção e estivessem todos juntos em Alvalade”.
Jogadores que ficaram de fora: “O Toti Gomes é um jogador fisicamente muito forte, pé esquerdo e teve azar porque é o sexto central. Não posso ser mais honesto. Não é fácil ver jogadores como Toti, Horta, Bruma, Matheus Nunes ou Jota Silva ficarem de fora, porque fazem parte do futuro da Seleção Nacional. Temos uma pré-lista para o caso de alguma eventualidade e é uma lista clara, onde figuram 42 jogadores, a contar com os que estão convocados e serão chamados mediante a lesão de algum jogador com perfil parecido. Podemos trocar até 17 de junho”
Jogadores da Arábia Saudita: “Podemos falar de competições e de patamares, mas o que importa é o que o jogador pode aportar à equipa individualmente. Hoje é dia de representar o trabalho de 18 meses e o Rúben Neves, o Otávio e o Matheus Nunes mostraram o que podem aportar e isso é que definiu a convocatória. O nível da competição não é problema, importa sim número de minutos, de jogos, momento e o papel na Seleção. Ronaldo, Otávio e Ruben Neves dão muito nível ao balneário”.
Chamada de Francisco Conceição: “Ainda não falei com o Chico Conceição, mas teve uma época, de janeiro até agora, que ficou diferente. Pé esquerdo, é vertical e tem personalidade para mudar o jogo. É um espalha-brasas a um nível diferente e teve um estágio de março impactante. A nível de treino e no que fez na segunda parte contra a Eslovénia. No futebol o jogador tem de estar pronto no momento certo e aproveitou a sua oportunidade”.
Número de convocados: “É importante ter 26 jogadores porque atualmente há cinco substituições e ter este número faz com que os jogadores tenham experiências para o futuro. Não é o número de minutos, mas sim o papel que têm. A experiência permite o país continuar a progredir. A nossa responsabilidade é proporcionar-lhes essas experiências para vencerem no futuro. É difícil porque temos muitas opções e é uma boa notícia para o futebol português e para nós”.
O facto de só haver um jogador do Sporting na convocatória: “Parabéns ao Sporting pelo título, fez uma grande época. A lista não é deixar jogadores de fora, nem podem ser o foco, temos de nos focar em quem está na lista porque há muita competitividade. A seleção somos todos e não há que entrar na rivalidade das camisolas, até porque há muitos jogadores que representam o Sporting como o Bruno Fernandes ou Palhinha. Depois do Europeu recomeçamos e todos têm a porta, o sonho e a esperança de virem à Seleção”.
Relação com CR7: “Cristiano Ronaldo é o nosso capitão e tenho com ele uma relação de exigência e de muito orgulho pela forma como representa a Seleção. Assim como todos os jogadores”.