Rui Borges: “Quando faltar a inspiração, que não falte a atitude”

O novo treinador do Sporting, Rui Borges, apresentou-se hoje com “confiança enorme” num futuro risonho no clube, rendendo João Pereira num cargo de sonho, em que promete trabalho e atitude para lutar por todas as frentes.

“Não tenho palavras para descrever o que tenho sentido nos últimos dias, que foram intensos e felizes. Estou muito feliz e ansioso para trabalhar e conseguirmos ser o que temos sido até aqui. O trabalho é o que nos guia. Tenho uma confiança enorme em ser feliz aqui no Sporting e não tenho qualquer dúvida de que o futuro vai ser risonho. A gente de Trás-os-Montes é gente de trabalho e eu não fujo a isso”, afirmou o técnico.

No auditório do Estádio José Alvalade, em Lisboa, Rui Borges começou por deixar uma palavra “de enorme apreço e do tamanho do mundo” ao Vitória de Guimarães, clube que deixou para rumar aos ‘leões’, antes de responder às várias questões da imprensa.

“Não olho para o momento do Sporting como delicado. Está em todas as frentes. Estou muito feliz por poder representar o campeão nacional, é um sonho. Agora, queremos é trabalhar, foi isso que nos trouxe até aqui. Nunca fugir do que nos guia, com respeito e honestidade. Acredito que, com a nossa capacidade e com a capacidade dos jogadores, pois sem eles nós não somos treinadores, seremos felizes aqui no Sporting”, salientou.

O treinador aponta como maior ambição “acrescentar valor e troféus” ao clube e disse que a assinatura com os lisboetas foi “o melhor presente de Natal que podia ter tido”, optando por não abrir muito o jogo relativamente a questões ou a abordagens táticas, uma vez que, nos vimaranenses, usava um esquema diferente do habitual no Sporting.

“O sistema tático é muito relativo. Quero é fazer os jogadores acreditar na nossa ideia de jogo e no que pretendemos. Se não estiverem confortáveis, eu não tiro rendimento deles. Preciso muito deles. Como treinador, dou 15% do que o jogo dá. O restante são as decisões e a qualidade deles. Aqui, é fazê-los acreditar nos meus 15%. Se conseguir, teremos muito sucesso e faremos crescer mais a grande história deste clube”, realçou.

Rui Borges rejeitou fazer comparações com Ruben Amorim ou João Pereira, mas frisou que a “quebra emocional” mencionada pelo presidente, Frederico Varandas, é natural após anos de sucesso com Amorim, que assinou pelos ingleses do Manchester United.

“O presidente pediu vitórias e títulos. É para isso que estamos aqui e é aquilo que nos exigem. Quando faltar a inspiração, que não falte a atitude. Umas vezes vamos ganhar com mais qualidade, outras não, mas, se a atitude correta estiver lá, vamos ganhar na mesma. Acima de tudo, temos de estar dentro da exigência deste grande clube”, disse.

Aos 43 anos, Rui Borges chega a um ‘grande’, após ter iniciado a temporada no Vitória de Guimarães, que segue no sexto posto, na sequência do quinto lugar conquistado ao serviço do Moreirense, tendo o transmontano de Mirandela treinado ainda conjuntos como o Académico de Viseu, a Académica, o Nacional, o Vilafranquense ou o Mafra.

O Sporting partilha o segundo lugar da I Liga com o FC Porto, ambos com 37 pontos, a um do líder Benfica, o próximo adversário dos ‘leões’, no domingo, para a 16.ª jornada.

João Pereira, de 40 anos, venceu três partidas (duas na Taça de Portugal e uma na I Liga), somando um empate, no domingo em casa do Gil Vicente, por 0-0, e quatro derrotas como treinador da equipa principal, depois de orientar a equipa B até 11 de novembro.

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