O Sporting venceu este sábado o Famalicão por 3-1, reforçando a sua liderança do campeonato. Foi a terceira vez consecutiva que os leões venceram um jogo por este resultado, e a terceira vez consecutiva onde tiveram dificuldades em controlar vantagens no marcador e o rumo do jogo.
Depois de uma entrada fulgurante, com um golo logo no segundo minuto de jogo, os leões, mais uma vez, permitiram ao adversário reentrar na partida, acrescentando ainda a oferta de uma grande penalidade após entrada despropositada de Diomande.
O melhor Sporting viu-se no arranque da segunda parte, e culminou com o 2-1 pelo inevitável Gyokeres, contudo, outro lance totalmente desnecessário, neste caso causado por Maxi, deixou o Sporting com dez em campo e o coração nas mãos; valeu, pela enésima vez, a inspiração de Gyokeres que acabou por construir e oferecer o 3-1 a Geny Catamo.
O triunfo permite ao leão manter distâncias relativamente a FC Porto e SC Braga, e fica agora à espera para ver o que o Benfica faz em Vila do Conde contra o Rio Ave.
O jogo: Terceiro ato da mesma peça
Para este jogo Rui Borges fez regressar a dupla Morita/Hjulmand ao meio-campo, fazendo recuar Debast para central, ao lado de Diomande e Matheus Reis, isto enquanto Maxi regressava ao corredor esquerdo.
E foi debaixo de um autêntico dilúvio que o Sporting chegou à vantagem logo no primeiro minuto; arrancada característica de Gyokeres a deixar toda a gente pelo caminho e a cruzar para a área onde, após o falhanço de Trincão, surgiu Fresneda para inaugurar o marcador.
O mais difícil parecia estar feito, até porque os leões continuaram por cima, perante um Famalicão que ainda não tinha conseguido acertar as marcações e tempos de pressão. Contudo, os minhotos conseguiram organizar-se e, a partir do segundo quarto de hora, equilibraram a partida e começaram a cercar a baliza de Rui Silva.
Gustavo Sá deu o primeiro aviso com um cabeceamento que obrigou o guarda-redes a aplicar-se, mas pouco depois uma carga totalmente fora de tempo de Diomande sobre Sejk, após um lance inofensivo dentro da área, levou a uma grande penalidade convertida por Óscar Aranda.
Mais uma vez o Sporting permitia ao adversário regressar à discussão do resultado após ter estado em vantagem.
Na segunda parte, e como se esperaria, os campeões nacionais entraram mais agressivos e pressionantes, empurrando o Famalicão para o seu último terço. O segundo tempo trouxe um Quenda mais desiquilibrador e foi dos pés do prodígio leonino que saíram as duas primeiras oportunidades da segunda parte, a última das quais acabou no poste da baliza de Carevic.
O golo do Sporting adivinhava-se e acabou por surgir aos 64 minutos; Gustavo Sá derruba Maxi Araújo dentro da área e Viktor Gyokeres fez o que lhe é habitual e recolocou os leões em vantagem com o 40º golo da temporada.
Os homens de Rui Borges continuaram a carregar em busca de mais, provavelmente para evitar sofrimentos desnecessários, todavia, Maxi Araújo colocou um travão nesse plano ao ser expulso com vermelho direto aos 80 minutos, por uma entrada muito dura, e (mais uma vez) totalmente desnecessária, sobre Gustavo Sá.
A partir daí o Famalicão partiu para cima em busca do empate, chegando mesmo a assustar com o remate de Sorriso a obrigar Rui Silva a uma defesa muito apertada.
Esperavam-se minutos finais de muita ansiedade nas bancadas de Alvalade, contudo Viktor Gyokeres não estava para ficar a roer as unhas e decidiu por um ponto final na questão; aos 88 minutos o sueco voltou a arrancar pelo flanco, levou tudo à frente e deixou Geny Catamo apenas com a tarefa de empurrar para o fundo das redes, selando assim a vitória.
Os leões somam o seu quarto triunfo consecutivo, solidificando o primeiro lugar do campeonato, mas mais uma vez não se livraram de alguns calafrios.
O momento: O ponto final
O jogo entrava nos últimos minutos e a incerteza pairava em Alvalade. O leão estava na frente mas, com menos um e perante um Famalicão que mostrava qualidade no ataque, tudo poderia acontecer…até que surgiu novamente Gyokeres.
Aos 88 minutos, e como fizera no início do encontro, o sueco arrancou em direção à área, levantou a cabeça, e encontrou Geny Catamo sozinho ao segundo poste; o moçambicano apenas teve de empurrar para o fundo das redes e terminar com todas as dúvidas.
O melhor: Ainda é preciso perguntar?
Muito sinceramente já faltam termos e adjetivos para classificar, não só a exibição individual de Viktor Gyokeres, mas também a influência que o sueco tem na dinâmica do Sporting. Há muito se percebeu que o ‘9’ dos leões não é apenas um finalizador; Gyokeres joga (muito) e faz jogar, causando desiquilíbrios sempre que se consegue virar para a baliza adversária.
Contra o Famalicão, o ‘viking’ demonstrou a sua gélida frieza ao fazer o importante 2-1 através de um penálti, mas a sua exibição vai muito além do golo; é dos pés de Gyokeres que nascem os outros dois golos dos leões, e sempre da mesma maneira: arrancada pelo flanco e cruzamento para um colega.
Neste caso, e tal como no que toca às suas movimentações em busca da finalização, todos sabem o que Gyokeres vai fazer…mas ninguém o consegue travar.
O pior: Maxi foi mini
Após ter começado no banco em Rio Maior contra o Casa Pia, Maxi Araújo regressou à titularidade, mas é caso para dizer que não aproveitou a oportunidade. O ala uruguaio foi sempre dos menos esclarecidos nos leões, perdendo muitas bolas, quer no meio-campo ofensivo, quer mesmo no defensivo.
Lá à frente, o internacional uruguaio dispôs de três excelentes oportunidades para marcar, mas mostrou-se totalmente desinspirado na hora de finalizar. E, para ‘coroar’ esta exibição, o ’20’ dos leões viu vermelho direto aos 80 minutos por uma falta tão dura como desnecessária sobre Gustavo Sá.
Foi de longe a pior exibição de Maxi Araújo desde que chegou ao Sporting.
O que disseram os treinadores:
Rui Borges, treinador do Sporting
Hugo Oliveira, treinador do Famalicão
O resumo