MEO Rip Curl Pro Portugal: Oito parafusos no pé e uma bota branca especial. O estado do convidado Kikas em Peniche

De oito parafusos no pé direito e uma bota branca de proteção. É com estes adereços que Frederico Morais se vai apresentar no MEO Rip Curl Pro Portugal presented by Corona Cero. Será a décima presença de Kikas na etapa portuguesa do Championship Tour (CT), circuito de elite da Liga Mundial de Surf (WSL).

“Quase que podiam ser dez (parafusos), só para ser uma história bonita”, disse, sorridente, Frederico Morais, à margem da conferência de imprensa da 3.ª etapa do World Tour e única paragem europeia, evento no qual entra como wildcard.

“Tenho surfado sempre com uma bota branca, que me bloqueia um bocado o movimento, para proteger o pé, o médico, disse que estava tudo ok, o meu pai disse que estava tudo ok, agora é um bocado desbloquear certos medos na cabeça, voltar a reabituar-me a certos movimentos, a certas pressões que uma pessoa faz no pé, para voltar a surfar a 100%”, descreveu o surfista que competirá no heat 6 ao lado do líder do ranking e duas vezes campeão em Peniche, Italo Ferreira e Seth Moniz.

Frederico Morais sofreu uma lesão no Guincho no ano passado. A operação foi “há três meses” e começou a surfar há “uma semana e meia”, recuperou o surfista de 32 anos que irá competir esta temporada no Challenger Series (CS) para tentar requalificar-se para o CT.

“Quero requalificar-me. É difícil, mas já fiz mais do que uma vez e é mais uma”, atirou. “É um campeonato ao qual quero voltar, num circuito que quero integrar para o ano, se Deus quiser”, desejou.

Regressa à lesão. “Quando me magoei, a primeira coisa, quando comecei a fazer fisioterapia com o meu pai, foi: será que dá para fazer a etapa em Peniche? E foi um bocado esse o objetivo que pusemos na cabeça”, contou aos jornalistas.

Estar em Peniche, na praia de Supertubos, era um desejo que já tinha assumido na etapa de Ondas Grandes, na Nazaré.

“Para uma pessoa trabalhar com fim, com um propósito, dá logo outra motivação. Fazer fisioterapia todos os dias e não tem nada para fazer durante o dia, e só ginásio, às vezes acaba por ser cansativo e pode moer a cabeça de uma pessoa”, desabafou.

A participação na etapa portuguesa do CT, onde se estreou vez em 2013 e tem 10 aparições divididas enquanto membro efetivo do World Tour, wildcard (convite) e substituto por lesão acabou “por ser o meu escape, isto vai-me dar força, tenho ali um objetivo aqui a curto prazo”, assinalou Kikas, agradecido pelo convite que lhe chegou.

“Quando o MEO me ofereceu o lugar, não tinha como não aceitar. Nem que fosse para representar uma marca que me apoia há anos e que nunca me abandonou. E isso é de louvar”, reconheceu,

Assume que não está “a 100%, nem de longe”, mas “consigo surfar”, adiantou. No entanto, ciente das condicionantes promete “aproveitar este momento, não tenho qualquer pressão, é voltar a meter o surf no pé, continuar a recuperação com calma, para estar sim, então, a 100% para os Challenger Series”, atestou.

Para o fim, deixou umas palavras para o MEO Rip Curl Pro Portugal, cujo período de espera decorre entre 15 e 25 de março e para os portugueses.

“É uma etapa que adoro, os portugueses são fantásticos, o apoio, o carinho que sinto aqui, nas redes sociais, ao longo do ano é super especial, e aqui é um dos poucos momentos no ano que temos para interagir com essas pessoas. Sinto-me confiante para surfar aqui, acho que fazia sentido participar”, concluiu o surfista que fará a única aparição esta temporada no CT, circuito de 12 etapas, iniciado no Havai e que marcou a estreia da piscina de ondas de Abu Dhabi.

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